quinta-feira, 28 de abril de 2011

O PODER TRANSFORMADOR DA LUZ

O arquiteto mexicano Luis Barragan costumava afirmar que “uma casa é um refúgio, uma peça emocional de arquitetura, não uma peça fria de equipamento” e que “qualquer obra de arquitetura que não seja uma expressão de serenidade é um erro”.

Essa sensação de serenidade, propiciada pela arquitetura, pode funcionar como um antídoto contra a angústia e o medo tão presentes no mundo atual. Ao invés de concentrar-se na aparência dos edifícios, a arquitetura deveria se dedicar prioritariamente à criação de lugares que permitam os encontros, os relacionamentos e a alegria, ao mesmo tempo que possam possibilitar estados como a solidão, a contemplação, e o encontro com o nosso interior. A presença qualificada da luz natural na arquitetura é um dos elementos fundamentais nessa busca.

Muitos dirão que raramente há um espaço habitável que não disponha de luz natural, mas geralmente isso não é mais do que o cumprimento das exigências legais mínimas de habitabilidade. Estou falando de uma exploração da luz natural que vai muito além de fazer um buraco numa parede, que potencialize a experiência espacial em todos os tipos de ambientes. Em vez de limitar as entradas de luz a aberturas nas paredes dos espaços, pode-se explorar a luz que vem de cima, tão esquecida na arquitetura corrente, e assim trazer o céu para o interior das nossas casas e apartamentos.


Entre a arquitetura e a luz natural existe uma relação profunda e indissolúvel: faz sentido dizer que uma não existe sem a outra. O mais extraordinário templo grego ou catedral gótica não passariam de matéria inerte sem luz. Por outro lado, a luz sem arquitetura perderia muito do seu encanto, pois são os objetos do mundo que a revelam.

A luz, com suas variações e movimento, é a única coisa capaz de tensionar o espaço para o homem, de tornar o espaço visível e dar-lhe vida. Quando se consegue um diálogo entre o espaço, a luz que o percorre e o homem que o habita, aí aparece a Arquitetura. Algo muito fácil e difícil ao mesmo tempo.

Caso a arquitetura ainda mantenha como objetivo criar espaços emocionalmente benéficos, deve rechaçar ou pelo menos minimizar o seu envolvimento com tendências e modismos superficiais, voltando a explorar relações entre os edifícios e o mundo que permitam ao habitante transcender as circunstâncias da vida e conectá-lo à forças vitais da natureza. Não estou falando de coisas esotéricas, mas simplesmente de estabelecer relações mais claras e intensas entre os espaços que habitamos e aspectos essenciais e permanentes do mundo em que vivemos: o céu com suas nuvens e estrelas, as brisas, a chuva, a vegetação e, é claro, o sol.



Ilustrações: à esquerda, residência do arquiteto Luis Barragan, na Cidade do México; à direita, edifício de escritórios para os professores da Fac. de Matemática, PUC/Chile, de autoria do arquiteto Alejandro Aravena.



Fonte: http://usuarq.blogspot.com/2006/06/o-poder-transformador-da-luz.html




Comentário: Criar estratégias arquitetônicas para se conseguir uma iluminação natural é fundamental em um projeto, principalmente nos dias atuais, onde o tema sustentabilidade tem sido muito discutido. E seja a luz natural ou não,  em um ambiente é extremamente importante. A iluminação caracteriza o ambiente e pode ser ponto de atração aos usuários quando bem trabalhada. Num projeto arquitetônico e de interior é fundamental projetar pensando na LUZ, seja ela artificial ou natural, tal qual com a mesma importância. Os efeitos da luz podem despertar variadas sensações e sentimentos nas pessoas. Pode acalmar, pode alegrar, pode dar sono, pode despertar, pode chamar a atenção para alguma coisa... A iluminação em um ambiente tem efeitos diversos dependendo do pé direito, tamanho do ambiente, dos móveis, paredes rugosas ou lisas e principalmente as cores.

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