domingo, 27 de fevereiro de 2011

Idosos de rua Em confirmadas as projeções do IBGE, nos futuros 34 anos o Brasil envelhecerá o que a Europa envelheceu em um século.

Texto: Geraldo Duarte (Advogado, Administrador e Dicionarista – geraldoduarte9@gmail.com)

Em confirmadas as projeções do IBGE, nos futuros 34 anos o Brasil envelhecerá o que a Europa envelheceu em um século. Somavam 11 milhões os idosos, pessoas sexagenárias ou mais longevas, em 1991. Ano passado, ascendiam aos 19 milhões. E, segundo ainda o Instituto, somarão 32 milhões, 15% da população, em 2025.

Apesar dos grandíloquos discursos oficiais, os idosos continuam sem prioridades nas ações de saúde publica. Os recursos federais são irrisórios. Dos 20 milhões de reais orçados para 2008, apenas 6 foram aplicados. Dos parcos 8, previstos para este exercício, até maio, somente 607 mil reais foram utilizados.

No país, poucos 74 centros de atendimento para idosos existem, demonstração da insuficiência ante a demanda. A maioria dos asilos, no dizer dos especialistas, constitui-se verdadeiros depósitos de velhos.
Enquanto na Suíça 9% dos idosos moram em instituições geriátricas e, no Canadá, 8,5%, nós apresentamos a insignificância de 1%.

Todo o território nacional é atendido por menos de 800 profissionais geriatras. Vagas de residência médica, por ano, são ínfimas. Próximas de 60 o total. 40% ocupadas em São Paulo. E um aspecto preocupante reside no pouco interesse dos alunos de medicina pela área da geriatria.
A continuar o descaso, se a população não pressionar políticos e governantes, o Brasil, dentro de 20 a 30 anos, quando estará entre os seis países com o maior número de idosos do mundo, experimentará um caos na saúde publica.

A falta de uma rede especializada e interconectada para atendimentos, acompanhamentos e internações de idosos, precipuamente os padecentes de hipertensão, artrose, osteoporose ou doenças degenerativas, como os males de Parkinson e de Alzheimer, exigentes de assistência especial, imediata e continuada, muito preocupa. A recepção em postos médicos comuns não atende as especificidades daqueles enfermos.

Ou aplicamos, aqui, as práticas comprovadas na Suíça, Canadá, Noruega, Austrália, França e Reino Unido ou 
conviveremos com o padecer de mais um tipo de infeliz vivente dos logradouros, o idoso de rua.






Comentário: O Brasil ainda não tem estrutura adequada a essa população. Faltam rampas nos prédios, as portas são estreitas, as calçadas cheias de irregularidades, falta de sinalização adequada... A visão de projeto arquitetônico e urbano tem de mudar. Se faz necessária a criação de espaços públicos e privados que estejam qualificados a atender a essa população. O idoso tem limitações físicas. Não dá pra ficar subindo degraus e andando em locais estreitos.  


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